16 de dezembro de 2012

Teatro da vida

   
   Hoje li uma frase e me dei conta de que nunca vi tanto de mim em tão poucas e sucintas palavras. Eis que era: "Até quando você vai pedir desculpa por ser quem é e esperar que alguém não te julgue?". Li, reli e li novamente e senti-me envergonhada, por nunca ter visto as coisas por tal ponto de vista. Acontece que a minha vida resume-se a desculpas, é quase como " Olá, bom dia, desculpe-me, eu sou assim". O fato é que distribuo desculpas por aí. Sempre achei ser um ato nobre, afinal, era livre de orgulhos, não tinha medo de admitir meu erro. Mas agora me questiono, será mesmo um erro? Ou será que não sou apenas eu
   Coloco a mim mesma debaixo de um holofote, diante de uma grande plateia e espero... Aplausos, vaias, silêncio. E que venham os julgamentos, e diante deles, moldo a minha personagem, buscando a aclamação geral. Se os decepciono? Carrego as desculpas já na ponta da língua. 
   De quê vai valer a vida quando fecharem-se as cortinas? Que acabem as desculpas! Eu sou assim. Pode ser feio, errado, descontrolado. Eu sou assim. Sem complementos, sem perdões. Afinal, na vida não se pode voltar atrás. O show não pode parar.

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