24 de junho de 2010

na rua dos sonhos perdidos

   em cada porta há segredos, amores perdidos, não correspondidos. a dor da perda, alegria da chegada. a saudade que ficou, os risos incessantes, as lágrimas derramadas,  a paixão jovem, o amor desgastado. 
   da janela posso ver, os sonhos que ali se formam, e que ali se perdem. As pessoas chegam e se vão, mas seus sonhos, seus desejos ali ficam, presos para sempre. Em cada casa por que passam, em cada sorriso ou lágrima que deixam. 
   desde quando vivo aqui - há muito, muito tempo - da minha janela pude ver, as pessoas que se escondiam com máscaras, que fingiam - e acreditavam - serem o que não são, cada um com seu mistério. Podia ser o mais bobo deles, ou o mais hediondo. Com a minha máscara, fingia não saber o que se passava de verdade em cada uma daquelas pessoas, me contentava em sorrir e acenar. Mas em meu olhar sempre havia a verdade. Aquela que ninguém nunca conseguiu ver.  
    Voltava para casa, levando minha medíocre vida, olhando os segredos que por mim passavam, na rua dos Sonhos Perdidos.
                                                

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